A quinta edição do Café no CAU, com o tema “Modais cariocas: terminais e estações”, reuniu profissionais de arquitetura e urbanismo na tarde da última quinta-feira, 27 de junho, na sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ).
O evento contou com a participação dos arquitetos e urbanistas premiados Aníbal Sabrosa, vice-presidente do CAU/RJ e sócio da RAF Arquitetura, e Jozé Candido Sampaio de Lacerda Jr, professor e sócio do escritório Jozé Candido Arquitetos Associados. O Presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, mediou a conversa com os convidados, que apresentaram seus projetos na área de mobilidade urbana.
O Terminal Intermodal Gentileza, inaugurado em fevereiro deste ano (2024) e projetado pela RAF Arquitetura, foi pauta da apresentação do vice-presidente Aníbal Sabrosa: “O Terminal Intermodal na verdade é “intramodal” né? A gente entendeu que o passageiro vai sair do BRT vai pegar um VLT, vai pegar um ônibus e vice-versa. Vai ter mais gente entre o “intramodal” do que vindo de fora, ou indo para fora. Então é muito importante que esse fluxo fosse o mais franco possível, para quem tem que trocar entre um modal e outro”.
Aníbal Sabrosa ainda comentou sobre as medidas sustentáveis envolvidas no projeto, como a reutilização das estruturas do Centro Internacional de Transmissão (IBC) das olimpíadas de 2016, áreas verdes e energia solar no Terminal: “A ideia inicial era que pelo menos toda parte operacional do terminal fosse autossuficiente, com o uso de energia solar e acumulação de água também. Quanto mais água a gente pudesse reter, melhor. Onde pudemos colocar verde nós colocamos.” O Terminal Gentileza ainda não possui energia solar como previsto no projeto, mas está preparado para receber.
Jozé Candido Sampaio de Lacerda Jr comentou sobre suas intenções ao projetar as estações do sistema BRT, inaugurado em 2012: “Fizemos uma estrutura toda de aço para facilitar a montagem, iluminação com placas para ficar sempre claro dentro do espaço e criamos um colchão de ar para ter uma ampla ventilação. A intenção era sempre que você entrasse na estação, sentisse mais fresco que no lado de fora”. O professor ainda falou individualmente sobre algumas das diversas estações e terminais espalhados pela capital carioca, e brincou que em cada “cantinho” da cidade existe um projeto dele. “O Terminal Olímpico, Alvorada, Recreio. O terminal do Fundão foi um desafio tremendo, foi feito entre projeto e obra em 3 meses.”
A acessibilidade também foi apontada como uma das principais prioridades de Jozé Candido: “Sempre tive a preocupação de evitar ter travessia. Promover acessibilidade sem receio de colocar as pessoas em risco.”
O Café no CAU acontece mensalmente na sede do CAU/RJ. O evento, com entrada gratuita, tem a intenção de aproximar os profissionais e estudantes de arquitetura e urbanismo do Conselho, além de incentivar diálogos sobre temas relevantes para a categoria.