Mais uma vez o Rio de Janeiro entrou em estado de crise. Desta vez, por causa do desabamento de estrutura de concreto no Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, que liga a Barra da Tijuca à Zona Sul do Rio. Felizmente, não houve vítimas, embora um ônibus tenha sido atingido. O desabamento aconteceu por volta das 12h30 desta sexta-feira, 17 de maio. Segundo as primeiras informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, a causa teria sido o deslizamento da encosta, que gerou acúmulo de terra sobre a estrutura.
A cidade estava, até o momento, em estágio de atenção devido aos problemas de mobilidade causados pela queda de árvores e bolsões d’água resultantes das chuvas na madrugada e acidente de trânsito no túnel Rebouças. Além disso, desde quinta-feira, 16 de maio, a Avenida Niemeyer, estava interditada, após deslizamento de terra.
Desde o começo do ano, o Rio de Janeiro tem sido atingido por uma série de tragédias, muitas delas, passíveis de serem evitadas, especialmente, relacionadas às chuvas e à falta de manutenção preventiva. Lamentamos que os acontecimentos recentes não tenham sido suficientes para que a prefeitura saia da aparente inércia que a imobiliza.
A utilização de recursos na manutenção da cidade deve ser vista como investimento, que previne gastos maiores com a reparação de danos. A prefeitura deve realizar ações urgentes e necessárias para a contenção das encostas, drenagem e preservação das árvores. Cuidar da qualidade de vida e segurança das pessoas deveria ser a principal função do município.
Os cariocas e fluminenses sentem que seu direito de circular pela cidade está ameaçado. O Rio de Janeiro sofre, não apenas com a falta de recurso, mas com a falta de planejamento e manutenção de seus equipamentos públicos. Predomina o descaso e a insegurança. Cobramos, mais uma vez, o compromisso das autoridades com a população e nos colocamos à disposição para discutir e buscar soluções viáveis aos desafios urbanos.
Jeferson Salazar
Presidente do CAU/RJ