O Museu de Arte do Rio (MAR) retomou suas atividades na quinta-feira, 11 de fevereiro. A reabertura conta com a mostra “Paulo Werneck — Murais para o Rio”, que expõe o trabalho do mosaicista carioca. A exposição fica aberta de quinta a domingo, das 11h às 18h, com limitação de 100 visitantes por hora.
“Paulo Werneck, o mais importante mosaicista moderno, é um grande artista e artesão. Todo o seu trabalho reflete a expressão da arte de forma singular. Pertenceu a uma geração que conseguiu agregar novos significados à arquitetura. Ele resgata a linguagem artística do mosaico com um novo olhar. Seu trabalho é delicado, detalhista e reflete todo um saber-fazer que vai da criação/conceito até a elaboração de todas as etapas de feitura dos painéis e sua colocação sobre as superfícies. Em seu ateliê, fabricava, inclusive, as ferramentas que utilizava para a confecção das peças de composição do mosaico”, lembrou a vice-presidente do CAU/RJ, Noêmia Barradas.
Werneck é autor dos mosaicos que estampam o edifício do antigo Banco Boa Vista (hoje uma agência do Bradesco); o interior do Edifício Marquês do Herval (que abriga a livraria Leonardo da Vinci); o Clube Monte Líbano, na Lagoa; o interior do antigo prédio do Ministério da Fazenda, no Centro, entre tantos outros exemplos. Sua obra não se limita, contudo, ao Rio de Janeiro. Há obras relevantes e em grandes escalas como a Igreja da Pampulha (1944), com painéis que cobrem toda a superfície externa.
Entre seus trabalhos, Noêmia Barradas destaca os painéis do Instituto de Resseguros do Brasil, sua primeira obra, de 1942, que dialoga com arquitetura dos irmãos Roberto e com o paisagismo de Roberto Burle Marx. “Esse conjunto de sete painéis foi restaurado, em 2015, pela equipe da mosaicista Isabel Ruas. Ela fez um trabalhando brilhante, reproduzindo as cores e texturas criadas pelo artista, usando pastilhas do acervo de Paulo Werneck como referência”, acrescentou. Ela também lembrou que, em 2013, foram restaurados dois painéis do Estádio do Maracanã, realizados em 1955, que refletem a paixão dos brasileiros pelo futebol.
“Muitas das obras de Paulo Werneck foram protegidas ou tombadas nos últimos anos. Isso é de grande importância, pois a cada dia vemos as perdas que o patrimônio vem sofrendo. E os painéis, como bens integrados à arquitetura, muitas vezes, não são valorizados como deveriam. O artista Paulo Werneck precisa ser conhecido. Suas obras são merecedoras de proteção e necessitam ser reconhecidas como expressões significativas da nossa cultura”, defendeu Barradas.
“Paulo Werneck – Murais para o Rio” reúne 140 desenhos originais do artista, além de fotos e documentos. A curadoria da mostra é de Marcelo Campos, curador-chefe do MAR, e Claudia Saldanha, ex-diretora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e neta de Werneck.
“Paulo Werneck – Murais para o Rio”
Museu de Arte do Rio (MAR) — Praça Mauá 5, Centro (3031-2741).
Quinta a domingo, das 11h às 18h (limite de cem visitantes por hora).
Até agosto. R$ 20. Classificação: Livre.
*Com informações do jornal O Globo