MAIS UM ATAQUE AO IPHAN-RJ
O Fórum de Patrimônio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro vem se manifestar contra o que considera mais um ataque ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Rio de Janeiro (Iphan), órgão responsável pela proteção do Patrimônio Nacional no âmbito do Estado: a substituição do então superintendente Manoel Vieira, arquiteto e urbanista, com larga experiência no campo da preservação do patrimônio e formação compatível com o cargo, por mais um leigo.
Olav Antonio Schrader, nomeado superintendente, não apresenta experiência nem formação no campo do patrimônio. Graduado em relações internacionais, Schrader é responsável por administrar imóveis no bairro de São Cristóvão, o que não atesta sua condição e/ou capacidade de ser o superintendente da regional do Iphan no Rio de Janeiro. Não possui, portanto, as qualificações necessárias para ocupar tão alta responsabilidade em relação aos bens protegidos na esfera federal.
As superintendências estaduais respondem pela coordenação, planejamento, operacionalização e execução das ações do Iphan no estado, além da supervisão técnica e administrativa dos Escritórios Técnicos e por zelar pela gestão dos planos e políticas de promoção e proteção do patrimônio cultural. Esta importante função exige do profissional conhecimentos sólidos e profundos no campo da preservação de bens culturais, além de experiência profissional comprovada no campo.
O movimento de desmonte e a tentativa de gerar a imobilidade do Iphan em situações que afetam não só os bens por ele protegidos, mas que envolvem contextos urbanos, manifestações culturais, paisagens e natureza protegidas, bem como, sítios arqueológicos, parece ser o foco da atual gestão na esfera federal, que se habituou a indicar profissionais de campos do conhecimento distantes das questões específicas referentes aos cargos.
A preservação do Patrimônio é uma tarefa complexa, que exige profissionais capacitados e habilitados para tal, como arquitetos e urbanistas, entre outras profissões que possuam formação e habilitação no campo da preservação do patrimônio. Ao nomear para estes cargos profissionais sem a formação ou a experiência minimamente adequada para a complexidade da tarefa a que se destina, coloca em risco a preservação do patrimônio tombado, da memória e da cultura no Estado do Rio de Janeiro.
Fórum de Patrimônio CAU/RJ
18 de junho de 2020