Como parte da extensa agenda no 27° Congresso Mundial de Arquitetos – UIARio2021, que começou neste domingo, 18/7, a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) vai apresentar em primeira mão aos participantes do evento o documentário A Bolsa ou a Vida, filme do cineasta Silvio Tendler.
A pré-estreia acontece hoje (19/7), às 20h, na sequência da Mesa de Debates ‘Educação em Arquitetura e Urbanismo’, programação especial da FNA e do CAU Brasil para o UIARio2021. A transmissão acontece no espaço Palco Diálogos com a Sociedade – Atividades culturais – Mundo dos Filmes, na plataforma do UIARio2021.
O filme dirigido por Silvio Tendler e produzido pela Caliban Cinema e Conteúdo foi desenvolvido em plena crise sanitária do coronavírus, em 2020, e sua proposta é discutir o tema ‘o que virá depois da pandemia’? “É uma discussão sobre se no pós-pandemia a centralidade será no ser humano e na natureza ou no cassino financeiro”, como ele mesmo definiu. Todas as entrevistas para o filme foram realizadas por meio de videoconferências. “Falamos com pessoas do Brasil todo, além dos Estados Unidos e da Grécia, sem sair do mesmo lugar”, conta Tendler.
Em quase um ano e meio de produção do filme com 1h41 minutos, foram realizadas mais de 73 entrevistas com personalidades conhecidas do mundo artístico/cultural, e com cidadãos comuns que fazem parte do dia a dia das cidades brasileiras e que sentem na pele as dificuldades impostas pelo caos social. Caso da ‘Duda’, motorista de Uber na cidade do Rio de Janeiro, que foi uma das retratadas no filme de Tendler cuja história conduziu o documentário.
A Bolsa ou a Vida foi produzido com um orçamento 100% colaborativo de 19 entidades entre sindicatos, federações e confederações, além de pessoas físicas. “A FNA mais uma vez foi uma dessas entidades a contribuir não apenas com parte do orçamento, mas emprestou sua experiência e conhecimento nas causas urbanas”, pontuou Tendler. O documentário, além de tantos outros personagens relevantes, conta com a participação de quatro arquitetos e urbanistas com forte atuação sindical e voltados para a luta urbana e social.
Conhecido como “o cineasta dos vencidos” ou “o cineasta dos sonhos interrompidos” por abordar em seus filmes personalidades como Jango, JK e Carlos Marighella, dentre outros, Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes entre curtas, médias e longas-metragens em formato documental, além de diversas séries.
Seu primeiro longa-metragem é de 1980, “Os Anos JK – Uma Trajetória Política”, produzido pela Terra Filmes. Ao longo de sua trajetória como cineasta recebeu diversas premiações e destaques, dentre elas uma homenagem no X Festival de Cinema Brasileiro em Paris (2008), com uma retrospectiva de seus filmes. Também naquele ano, foi condecorado com a Medalha Tiradentes pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.