O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) divulgou nesta segunda-feira, 8 de agosto, nota lamentando a saída do arquiteto e urbanista Washington Fajardo do cargo de secretário de Planejamento Urbano da cidade do Rio de Janeiro.
Fajardo deixa um legado importante, a aprovação do Reviver Centro. Embora possam ser feitas críticas ao projeto, a ideia de povoar o Centro da cidade tem sido defendida pelo Conselho há muito tempo. Ele deixou o cargo no dia 2 de agosto, após divergências sobre o Projeto de Lei Complementar 88/2022.
O PLC é uma reedição de um projeto considerado inconstitucional no governo do ex-prefeito Marcelo Crivella, que autoriza a legalização de puxadinhos com até um pavimento extra de cobertura na Zona Sul, na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, inclusive na orla. A legalização se daria mediante o pagamento de taxas à prefeitura, na chamada mais valia. A taxa também será cobrada para permitir o fechamento de varandas. A lei se aplicaria, ainda, a empreendimentos que sequer começaram a ser construídos ou obtiveram habite-se, levando a prática a ser chamada de “mais-valerá”.
O arquiteto e urbanista Augusto Ivan, que vai substituí-lo na Secretaria de Planejamento Urbano cargo, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo que “ainda vai se inteirar sobre esses e outros projetos em andamento no município”. O futuro secretário tem 77 anos, é formado pela UFRJ e pós-graduado em Planejamento Urbano e Regional pelo Institute for Housing Studies, em Rotterdam, na Holanda e pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, tendo ocupado diversos cargos na prefeitura do Rio.
Em nota divulgada nesta segunda, o CAU/RJ afirma esperar que o novo secretário possa discutir questões como a do PLC, levando em conta a participação social. “Esperamos que o próximo secretário, arquitetos e urbanista Augusto Ivan, seja alguém que tenha sensibilidade para os problemas urbanos e possa implementar um diálogo frutífero com a sociedade. Não se constrói uma cidade justa sem esse diálogo e capacidade de escuta que estava sendo demonstrada, por exemplo, na discussão do Plano Diretor”. Leia a íntegra da nota aqui.