Ao longo de suas edições, o Boletim do CAU/RJ sempre contou em sua seção “Entrevista” com a opinião de arquitetos e urbanistas de renome, que expressaram suas opiniões e previsões do futuro da categoria. Para esta edição, preparamos um compilado com os destaques das entrevistas no Boletim.
Boletim 01:
“Se partirmos do entendimento de que a arquitetura é uma atividade global, a criação de regras através de parcerias e/ou convênios com instituições internacionais deve ser estimulada, desde que se garanta o princípio da reciprocidade.”
Sydnei Menezes, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ)
Boletim 02:
“Tenho certeza [que] se o CAU não se restringir a ser somente um órgão normativo e fiscalizador da profissão, mas um defensor vigoroso dos interesses da sociedade brasileira, por certo se tornará a instituição de referência de todos os arquitetos e da sociedade civil.”
Adir ben Kauss, conselheiro do CAU/RJ
Boletim 03:
“A massificação dos estilos atuais na produção da arquitetura nas nossas cidades, de gosto duvidoso, não só agride a paisagem urbana como é um verdadeiro atentado à sustentabilidade das edificações.”
Celso Evaristo, vice-presidente do CAU/RJ
Boletim 04:
“Não há como o exercício da profissão desconsiderar a realidade da sociedade contemporânea e os seus valores atuais.”
Jeferson Salazar, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA)
Boletim 05:
“O intercâmbio e a integração [de escritórios brasileiros e estrangeiros] devem ter como balizadores a visão de que se trata de um processo de mão dupla, com regras e princípios claros, porém com uma visão contemporânea de regulação e concorrência de mercado.”
Vicente Giffoni, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA/RJ)
Boletim 06:
“A responsabilidade do arquiteto e urbanista passa a ter fundamental importância em toda a cadeia produtiva do espaço projetado e construído para assegurar as sustentabilidades social e cultural.”
Carlos Eduardo Costa, conselheiro e presidente da Comissão de Ensino e Formação (CEF-CAU/RJ)
Boletim 07:
“Sempre trabalhamos juntos com engenheiros e agrônomos. Pactos devem ser estabelecidos. Cabe alertar que ‘áreas de sombreamento’ podem vir a ser também áreas de convívio, que pessoalmente acho salutar em alguns momentos.”
Jonathas Magalhães, presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP)
Boletim 08:
“O ensino da arquitetura tem que estar adequado ao interesse da sociedade, da cultura brasileira e internacional na produção de espaços de qualidade, na produção de espaços que atendam ao conjunto da sociedade, aos espaços que sejam democratizadores e que ajudem uma cidade a democratizar-se.”
Sérgio Magalhães, ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB-RJ)
Boletim 09:
“Somos todos profissionais da mesma área [arquitetos e urbanistas] e temos objetivos comuns que sempre vão convergir para o desenvolvimento da arquitetura e urbanismo no nosso país.”
Marcelo Perret, conselheiro do CAU/RJ
Boletim 10:
“O arquiteto e o urbanista devem ampliar o seu perfil generalista através de uma formação humanística abrangente que incorpore conhecimentos atualizados de história, filosofia, antropologia, sociologia, economia, comunicação social, política e arte.”
Luiz Fernando Janot, conselheiro titular do CAU/RJ
Boletim 11:
“Face ao extraordinário avanço tecnológico, é vital reaparelhar os cursos de formação, não apenas revendo currículos, mas reavaliando procedimentos pedagógicos condizentes com a atualidade.”
Hélio Brasil, arquiteto
Boletim 12:
“Se a política habitacional estivesse certa, não teríamos tantas favelas, invasões e construções clandestinas à margem da lei e teríamos moradia adequada para todos.”
Índio da Costa, arquiteto e urbanista
Boletim 13:
“O exercício profissional ficou mais complexo e requer, de fato, mais estudo e preparação. Há uma rápida obsolescência de conceitos, técnicas e tecnologias, o que nos obriga a uma atualização mais permanente.”
Pablo Benetti, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Boletim 14:
“A arquitetura e o urbanismo têm que ser encarados, pela categoria, como uma função social pública necessária para produzir justiça social.”
Cláudio Rezende Ribeiro, arquiteto e urbanista
Boletim 15:
“O arquiteto deixou de ser visto, na sua maioria, apenas como um artista impetuoso para ser visto como um profissional que agrega conhecimento e técnica, por um pensamento holístico, onde a plástica complementa a beleza da obra.”
Ruy Rezende, arquiteto e urbanista
Boletim 16:
“Os arquitetos, apoiados pelas diversas entidades que os congregam e pelos valores próprios de sua natureza profissional, têm como missão retomar a liderança dos processos de pensar a cidade, sua paisagem e seus edifícios.”
Silvio Colin, arquiteto e urbanista
Boletim 17:
“O entendimento de que o arquiteto urbanista tem um papel político nos rumos da própria profissão e na discussão dos rumos das nossas cidades, em conjunto com outros atores sociais, não é um senso comum.”
Patrícia Cordeiro, conselheira do CAU/RJ
Boletim 18:
“Entendo que qualquer política habitacional deva estar inserida num plano maior. Como ela se apresenta hoje – de forma fragmentada e diluída – não atende a seus objetivos, com os recursos aplicados de uma forma ineficaz.”
Edivaldo Cabral, presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro (SARJ)
Boletim 19:
“Aconteceu um declínio da compreensão do que significa projetar e planejar, tornando essas ações atos mecânicos e rápidos, quando, na verdade, elas passaram a demandar mais tempo face à imensa quantidade de disciplinas que tiveram que ser conciliadas por elas.”
Pedro da Luz Moreira, presidente do IAB-RJ