O Encontro com a Sociedade da Baixada Fluminense, realizado na quinta-feira, 28 de novembro, lotou o novo Hospital Unimed Nova Iguaçu, com a presença de seis prefeitos fluminenses, atuais ou eleitos, e grandes nomes da arquitetura e urbanismo, como Vicente Loureiro. A terceira edição de 2024 do encontro discutiu possibilidades, expectativas e tendências da arquitetura e urbanismo.
“Nós temos trabalhado, desde que assumimos o CAU/RJ, de janeiro para cá, na direção de aproximar o conselho do mundo real, das pessoas, explicar para a sociedade qual o papel dos arquitetos e urbanistas, não só no campo profissional, mas de sua responsabilidade social”, afirmou o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, na abertura do evento. Também foi exibido vídeo do diretor-presidente da Unimed Nova Iguaçu, Dr. Joé Sestello, um dos apoiadores do evento.
O arquiteto e urbanista Vicente Loureiro, curador do encontro, fez uma breve saudação inicial. “O objetivo principal é dizer para a sociedade o quanto a arquitetura e urbanismo pode fazer pelas cidades e resolvemos começar por aqueles que, em razão do voto popular, vão conduzir os destinos das nossas cidades nos próximos anos. Eles têm o condão de promover transformações e melhorias expressivas na qualidade de vida e nós, arquitetos e urbanistas podemos colaborar muito”, afirmou Loureiro. “Estamos abrindo um ciclo de proximidade com aqueles que de fato decidem e têm poder de influência e de transformação”, acrescentou.
Participaram da primeira mesa, com o tema Possibilidades da Arquitetura e do Urbanismo na Região Metropolitana, os prefeitos de Mesquita, Jorge Miranda; e de Miguel Pereira, André Portugal; e os prefeitos eleitos das cidades de Nova Iguaçu, Dudu Reina; Mesquita, Maroto Miranda; São João de Meriti, Leo Vieira; e Paracambi, Andrezinho Ceciliano. A mediação da mesa foi da conselheira do CAU/RJ, Gabriela Facciolli.
Os prefeitos, atuais e eleitos, falaram sobre a importância da arquitetura e urbanismo para o desenvolvimento das cidades. “O urbanismo é essencial para a vida das cidades. As cidades precisam se organizar. A gente precisa muito do urbanismo para que as cidades sejam mais eficientes e melhores para a população”, afirmou o prefeito eleito de Nova Iguaçu, Dudu Reina. Andrezinho Ceciliano, eleito para a prefeitura de Paracambi, seguiu a mesma linha. “Eu reconheço o papel da arquitetura e do urbanismo quanto ao planejamento do futuro e das vidas da cidade. A vida se constrói nas cidades e as cidades precisam ser mais solidárias”, disse.
Mesquita foi representada pelo atual e o futuro prefeitos. “Em Mesquita temos Plano de Mobilidade, Plano de Saneamento Básico, Plano de Manejo. São diversas as ações que vão guiar o desenvolvimento da cidade nos próximos 10, 20 anos. Falando em urbanismo, não podemos nos esquecer do adensamento urbano que tem sido uma pauta cada vez mais presente. É levar o desenvolvimento urbano para onde já existe ocupação, infraestrutura urbana, para onde existe a necessidade de desenvolvimento econômico”, declarou o prefeito eleito de Mesquita, Maroto Miranda.
O atual prefeito de Mesquita, Jorge Miranda, também defendeu a necessidade do planejamento e ressaltou a importância dos dados para este objetivo. “Se a cidade não tem dados, como você vai gerenciar essa massa que clama por serviços públicos, que é direito dela e obrigação nossa diagnosticar e entregar?”, questionou.
O planejamento também foi destaque na fala do atual mandatário da cidade de Miguel Pereira, André Portugal. “Algumas cidades do Brasil cresceram sem nenhum tipo de planejamento e uma hora a conta ia chegar. Você vê o crescimento totalmente desorganizado de algumas cidades porque, lá trás, os gestores não tiveram a preocupação que hoje a gente coloca em discussão e que é fundamental”, avaliou.
Já o prefeito eleito de São João de Meriti, Leo Vieira, falou sobre mobilidade urbana. “Falta muito investimento no transporte em massa. A gente precisa fazer uma união de forças para que o estado do Rio de Janeiro, junto com a União, consiga investir no transporte de massa. Foi a solução na Europa, nos Estados Unidos, tem que ser a solução do Rio de Janeiro. Por que não?”, ponderou.
Expectativas e Tendências da Arquitetura e Urbanismo
A segunda mesa do Encontro com a Sociedade Baixada Fluminense abordou o tema Expectativas da Arquitetura e do Urbanismo na Baixada. Participaram da mesa o ex-superintendente regional da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro, Domingos Vargas, e o arquiteto e urbanista Mário Márcio Queiroz, que falaram sobre habitação de interesse social e a arquiteta e urbanista Regina Távora. Já o conselheiro do CAU/RJ, Fábio Bruno, organizador do evento, apresentou o plano diretor de Nova Iguaçu, depois de fazer um panorama sobre a história dos planos diretores no Rio de Janeiro. “A origem dos planos diretores se dá quando a cidade não tem mais condições de se expandir por si própria sem que pensemos numa questão de sistema de abastecimento de água e produção de moradias, por exemplo”, lembrou. A mediação da mesa ficou a cargo da arquiteta e urbanista Myriam Ferolla.
As tendências da arquitetura e urbanismo fecharam as apresentações do dia, com palestras da presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura e Urbanismo (Asbea), Sônia Lopes sobre empreendedorismo; da publicitária Ingrid Fields, sobre propósito e o valor das marcas; do arquiteto e urbanista André Zichtl, que falou sobre o software de desenvolvimento urbano Place; e do arquiteto e urbanista Marcos Soares, que abordou temas como visual merchandising e design de serviço. A mediação da mesa ficou por conta do ex-conselheiro do CAU/RJ, Fernando Mendes.
O Encontro com a Sociedade é promovido anualmente pelo CAU/RJ com o objetivo de fortalecer o debate sobre o papel social da arquitetura e urbanismo, aprimorar o exercício profissional e valorizar o arquiteto(a) e urbanista. No dia 5 de novembro, aconteceu a primeira edição desse ano, no Morro da Providência. No dia 27 de novembro, foi a vez de Três Rios. Neste sábado, 30, será realizada a edição de Campos dos Goytacazes, finalizando os Encontros com a Sociedade Edição 2024.