O Dia do Arquiteto e Urbanista deste ano reuniu as entidades de arquitetura e urbanismo do estado (ABAP, ABEA, AsBEA-RJ, IAB-RJ, SARJ e FeNEA). A celebração foi realizada na quinta-feira, 14, no Museu de Arte do Rio (MAR), com um balanço das atividades realizadas e entrega das premiações. Após a cerimônia, o grupo de samba Moça Prosa animou a festa.
O presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti, lembrou a importância das entidades para a criação do CAU. “O CAU foi criado, há 13 anos, a partir da luta das entidades. Temos uma dívida enorme elas”, avaliou. “O Conselho já nasceu com a experiência de 100 anos do IAB, 50 de Asbea, 60 de sindicato”, complementou a presidente da presidente da Asbea-RJ, Sônia Lopes.
Na mesa de abertura, os participantes destacaram realizações conjuntas entre as entidades, como o 1º Salão do Interior, o concurso para estudantes da UIA2021, os 60 anos do histórico Seminário Nacional de Habitação e Reforma Urbana, realizado no Quitandinha, em Petrópolis, o edital de formação continuada Vera Hazan, o orçamento participativo, a defesa do Microempreendedor Profissional (MEP), da assistência técnica para habitação de interesse social, software livre; além da integração entre as entidades que compõem o CEAU-RJ.
A mesa também contou com a presença da gerente do Museu de Arte do Rio, Gisele de Paula; da presidente do IAB-RJ, Marcela Abla; da vice-presidente da Abea; Wanda Vilhena; do representante da Fenea, Tales Calasans e do representante do Sarj, Rodrigo Bertamé.
Prêmio Marcos Konder Netto
O anúncio dos vencedores dos prêmios Marcos Konder Netto, promovido pela Comissão Temporária do Setor Público (CTSP), abriu a segunda parte da cerimônia. Em sua primeira edição, o prêmio tem como objetivo a valorização do arquiteto e urbanista servidor público, que tenha desenvolvido trabalhos no campo da Arquitetura e Urbanismo Públicos e/ou seja reconhecido profissionalmente por seus relevantes serviços prestados à região onde atua. A premiação conta com três categorias: projetos, obras e intervenções realizadas; planos e normativos; e trajetória profissional.
Para a coordenadora da comissão, Viviane Vasques, o CAU/RJ inovou ao criar uma comissão dedicada ao setor público. Sobre a premiação, ela avaliou como uma “grata surpresa” a inscrição de 12 trabalhos, permitindo dar visibilidade aos arquitetos e urbanistas que atuam na carreira pública.
Confira os vencedores:
Categoria 1 – Projetos, obras e intervenções realizadas:
Premiada: Ana Cláudia Garcia de Souza Oliveira
Menção honrosa: Luiz Antônio Affonso – Equipe: Milena Sampaio da Costa e Daniel de Almeida Silva
Categoria 2 – Planos e normativas:
Não houve premiado.
Menção honrosa: José Mauro Carrilho Guimarães
Categoria 3 – Trajetória profissional:
Premiada: Teresa Rosolem de Vassimon
Menção honrosa: Regina Prado Lima de Souza
CAU+Diversidade
Também foram premiados os vencedores e as vencedoras do Prêmio CAU+Diversidade, voltado a arquitet(o)as e urbanistas mulheres (cisgênero ou transgênero), pessoas autodeclaradas pardas, pretas ou indígenas, pessoas LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência. As/os participantes concorreram em cinco categorias: projeto arquitetônico; projeto de restauro e patrimônio; projeto de arquitetura de interiores; projeto urbanístico; estudo teórico (teses, dissertações, livros e publicações).
A premiação foi entregue pela coordenadora da Comissão de Equidade e Diversidade, Alyne Reis, que agradeceu aos inscritos e reforçou a necessidade e a urgência da comissão para debater estes temas.
Conheça as/os premiadas/os:
Categoria Projeto Arquitetônico:
Capacitando: Capacitação Comunitária para as Mulheres do Complexo do Alemão
Autora: Márcia Tatiane Sales de Melo
Categoria Projeto de Restauro e Patrimônio:
Título: Requalificação do Cine Guaraci
Autora: Andreza Navarro Felipe
Categoria Projeto de Arquitetura de Interiores:
Título: Apartamento Jardim
Autoras: Carolina Marinho Escada Villela e Patricia Annechino Landau
Categoria Projeto Urbanístico:
Título: Arte, Cultura e Ritual Percursos e Grafagens para um Museu Território na Pequena África-RJ
Autor: Luiz Paulo Ramos de Carvalho
Categoria Estudo Teórico:
Título: Cidade Cenográfica e seus Bastidores – O Caso do Rio De Janeiro
Autora: Ana Beatriz Bruno da Silveira
Menção honrosa
Título: Mulheres e Subúrbios Cariocas: Uma Perspectiva Feminista Interseccional da Segregação Espacial na Vida Cotidiana
Lívia Perfeito Sampaio
Título: Monumentos Cariocas: As Muitas Faces que Constroem a Paisagem do Rio
Nathalia Giovannini dos Santos Ribeiro Botelho
Grandjean de Montigny
O já tradicional Grande Prêmio Grandjean de Montigny destinou R$ 10 mil em ajuda de custo, para uma viagem de estudo a um país latino-americano, ao vencedor do concurso. Os autores dos projetos classificados em 2º e 3º lugares vão receber R$ 6 mil e R$ 4 mil, respectivamente, para viagem de estudos.
Concorreram ao Grande Prêmio Grandjean de Montigny os cinco trabalhos agraciados nas três categorias do 40º Prêmio Arquitetas e Arquitetos do Amanhã, promovido pelo Departamento Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ): edificações; urbanismo; e cultura e tecnologia. A presidente do IAB-RJ, Marcela Abla, lembrou que, este ano, as inscrições foram gratuitas, o que possibilitou a participação de maior número de estudantes. Foram 87 inscrições homologadas, com 13 premiados.
A premiação do Grandjean de Montigny foi entregue pela vice-presidente do CAU/RJ e coordenadora da comissão de Ensino e Formação, Tanya Collado. “O prêmio nos dá um panorama do que está sendo debatido nas universidades e o que as novas gerações de arquitetos e urbanistas estão pensando para o país”, afirmou.
Conheça os vencedores:
1º Lugar
Arquitetura e Agroecologia: Alternativas sustentáveis como suporte para as ocupações de terras campesinas
Autor: João Vitor Ximenes Anselmini
Orientadores: Fernando Minto e Roberto Lucas Júnior
Universidade: Departamento de Arquitetura e Urbanismo (PUC-RIO)
Parecer: O trabalho transita bem entre diferentes escalas, que o autor denomina como saneamento, agroecologia e formação. Possui grande relevância e impacto social, contribui para a ideia da função social da cidade e terra. O arquiteto e urbanista pensa a vida em contexto rural de um acampamento do Movimento Sem-Terra, reconhecendo todas as pessoas como sujeitos de direito, dentro de um projeto de cidadania, com acesso à uma realidade mais justa e equânime.
Tem excelente fundamentação teórica, materializada no projeto, respondendo bem a problemática identificada. O autor demonstra desde domínio da análise contextual à tectônica no processo de projeto. Apresenta boa representação gráfica. Representa um território do interior de estado (Macaé) e faz uma boa leitura das condições socioambientais locais e da dinâmica hidrossanitária da macro a microescala, propondo soluções viáveis e autônomas.
2º Lugar
Parque Urbano de Acari: uma proposta de recuperação florestal, hidrográfica e de infraestruturas urbanas para a área do Fim do Mundo
Autora: Luísa Albuquerque Botelho
Orientadores: Pedro Lobão
Universidade: Departamento de Arquitetura e Urbanismo (PUC-RIO)
Parecer: A partir de fundamentação teórica compreensiva, a autora desenvolve uma análise que reconhece a sub-bacia hidrográfica Pavuna Meriti de forma relacional à sua posição na região hidrográfica da Baia de Guanabara para o desenvolvimento de um projeto urbano paisagístico.
Demonstra leitura sobre o acúmulo de planejamento urbano e sobre a dinâmica hídrica urbano metropolitana, apresentando uma série histórica do desenvolvimento urbano e da degradação característica do subúrbio carioca. Aborda dimensões físicas e culturais no recorte territorial escolhido em Acari, Rio de janeiro. O trabalho estabelece diretrizes e as ilustra como boa qualidade gráfica e clareza. A autora contribui para a solução do problema das inundações e da carência de áreas de lazer na zona norte do Rio, problemas crônicos da cidade que serão cada vez mais frequentes em função das mudanças climáticas.
3º Lugar
O Chão do Céu – Ensaio de uma estrutura pública nos altos de Copacabana
Autora: Moana Reis Faria
Orientadores: Maria Cristina Cabral e Diego Aníbal Portas
Universidade: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)
Parecer: O trabalho tem excelente fundamentação teórica e representação gráfica, faz um estudo tipológico das diversas superfícies de cobertura em Copacabana e traz uma proposta utópica criativa com forte carga poética para tratar as possibilidades de ocupação destes espaços criando um novo nível de solo aéreo acessível, mudando a perspectiva comum e trazendo para este nível os elementos da natureza. O trabalho provou na banca debates críticos acerca do processo de urbanização característico na cidade do Rio e da sua relação histórica e cultural com o céu.
Dia do Arquiteto e Urbanista
O Dia Nacional do Arquiteto e Urbanista, comemorado no dia 15 de dezembro, foi incluído oficialmente no calendário brasileiro no dia 16 de janeiro de 2018, com a sanção da Lei Federal 13.627/2018. A data significou uma etapa importante do processo de valorização profissional, que teve como um dos marcos a criação do conselho profissional em 2011.
O dia 15 de dezembro foi escolhido para comemorar o Dia do Arquiteto e Urbanista em homenagem ao mestre Oscar Niemeyer. Grande defensor dos Direitos Humanos, Niemeyer lutou também durante décadas por um conselho profissional dos arquitetos e urbanistas. Desejo concretizado somente no dia 31 de outubro de 2010.