O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) esteve presente no programa Rio em Pauta, da Rádio Roquette Pinto, nesta quinta-feira (19) para falar sobre os recentes desabamentos em Igrejas tradicionais em Angra dos Reis e no Recife.
O presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, chamou os acidentes, que, em Pernambuco resultou em duas mortes e mais de 20 feridos, de “tragédias anunciadas”: “Uma questão é a falta de fiscalização e presença da administração pública em prédios antigos e tombados que precisam de cuidados para conservação. A outra é a falta de cuidados nas obras de restauração, que é uma atribuição específica de arquitetos e urbanistas. Não pode ser feito por qualquer empresa ou profissional”.
Questionado sobre a falta de manutenção em prédios históricos, Sydnei Menezes, aponta que não só as edificações públicas sofrem com a má conservação. “A maioria dos casos acontece neste nicho das propriedades privadas em que há um litígio, herança, conflitos familiares, problemas de inventario que resultam no abandono dessas edificações por parte de seus proprietários.”.
Mesmo em casos de propriedade privada, o poder público pode agir: “Através da legislação municipal, como o IPTU progressivo e outros instrumentos urbanísticos, é possível exigir que os proprietários façam uma intervenção, já que o abandono dos prédios configura um risco para a população”, explicou o presidente do CAU/RJ.
Ao final da entrevista, Sydnei Menezes destacou a atuação do Conselho na fiscalização do exercício ilegal da profissão em obras de revitalização, por exemplo. Convênios com diversas prefeituras do Estado do Rio de Janeiro e iniciativas de conscientização e incentivo como o Edital Tripartite que premia propostas de intervenção em patrimônios protegidos também foram mencionados.