“O que falta para resolver o problema da moradia no Brasil?” foi o questionamento levantado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) durante o painel “Moradia com dignidade: Redução de Vulnerabilidades no Espaço Urbano”, que aconteceu nesta sexta-feira (16) no Rio Innovation Week. A palestra reuniu especialistas para discutir sobre déficit habitacional e questões como saneamento básico, assistência social, segurança alimentar, acesso à saúde e educação, empregabilidade, segurança pública e lazer.
Para o presidente do CAU/RJ, Sydnei Menezes, que dividiu a mesa com a Coordenadora Geral de Projetos do Instituto Mundo Novo, Bruna Simãozinho, a Residente do Comitê Rio G-20 Wanessa Afonso de Andrade e o Coordenador de Programas do ONU-Habitat e ex Conselheiro do CAU/RJ, Marcus Fiorito, a insuficiência das atuais políticas públicas é o grande obstáculo para a solução do problema habitacional, que seria a implementação imediata de medidas de assistência técnica para habitação de interesse social e a criação de um fundo específico para financiar projetos de moradia. “É isso que nós temos que discutir, a falência das políticas públicas brasileiras. Não podemos ficar apenas no discurso”, explicou Sydnei Menezes após relembrar o projeto de urbanização da Rocinha que depois de 20 anos, nunca foi executado.
“Não há continuidade de governos, não há seriedade na implantação (de políticas públicas destinada à habitação de interesse social), não há compromisso político profundamente com essa questão. Se você coloca em qualquer prefeitura, na rubrica orçamentária, um pequeno valor a ser destinado a este programa, por exemplo, nós já atenderíamos muita demanda na área de melhoria da unidade habitacional”, afirmou o presidente do CAU/RJ. Além disso, Sydnei Menezes ainda apresentou o “CAU Favela” ao público, projeto proposto no Conselho: “Estamos comprometidos em criar esse grupo no CAU do Rio de Janeiro, para cobrar das entidades, cobrar dos governos a dotação orçamentária necessária para a manutenção das moradias. O momento é agora e o desafio para ter melhoria com dignidade é a implantação urgente de ações e programas”.