O Palácio Gustavo Capanema vai ser palco, nesta sexta-feira, 20 de agosto, de ato de repúdio ao anúncio do Governo Federal de leiloar um dos ícones da arquitetura moderna brasileira e símbolo da cultura nacional. A ação, promovida pelo grupo Ocupa Minc, está marcada para as 16h.
Várias entidades da sociedade civil manifestam contrárias à decisão do Governo Federal de se desfazer de imóveis da União, em especial dos bens protegidos e de inegável valor histórico. Em nota divulgada no dia 13 de agosto, o CAU/RJ, CAU Brasil e outras oito entidades foram uníssonos: O MEC não pode ser vendido.
“O MEC não pode ser vendido porque seu valor é incalculável. Quanto vale um prédio concebido, projetado e construído para ser um símbolo da cultura nacional? O edifício sobre pilotis pousa elegantemente na esplanada com jardins de Roberto Burle Marx e a escultura Juventude de Bruno Giorgio. No térreo, revestido com painéis de azulejos de Candido Portinari, encontram-se as obras de Prometeu e o Abutre de Jacques Lipchitz. Por tudo isso, a sede do ministério passou a ser denominada, na década de 1970, Palácio Cultura”, diz trecho do documento, que nesta segunda-feira, dia 16, recebeu novas adesões e agora é subscrita por 20 entidades.
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Trincheira Capanema
O protesto faz parte da massiva mobilização social gerada pela notícia de que a União pretende vender cerca de 2.263 edifícios de valor patrimonial e cultural em um leilão a ser anunciado no Rio de Janeiro no próximo dia 27.
O ato de repúdio contará com performances artísticas e apresentações musicais, além da realização de colagem de cartazes e distribuição de máscaras. Os organizadores pedem para que os participantes respeitem as regras de distanciamento necessárias neste contexto pandêmico.
A comunidade arquitetônica brasileira e internacional se posicionou contra a venda do Palácio Capanema, considerado um marco da Arquitetura Moderna mundial. O projeto de elaboração do imóvel contou com a colaboração de Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Machado Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernani Vasconcellos, sendo o primeiro edifício monumental do mundo a aplicar diretamente os conceitos da Arquitetura Moderna de Le Corbusier.