O segundo dia do CAU na sua Cidade – Petrópolis começou com os participantes vivenciando as dificuldades enfrentadas por cadeirantes e pessoas cegas na Oficina de Acessibilidade. O arquiteto e urbanista Carlos Leitão, que é surdo oralizado, também desafiou o público a fazer leitura labial.
O coordenador da Comissão Temporária de Acessibilidade, Arnaldo Lyrio, deu breve orientações sobre o funcionamento da oficina e falou sobre os problemas mais comuns nos projetos relacionados à acessibilidade. “Estamos acostumados a fazer o projeto dentro de um lote ligado a uma via pública. Mas é preciso saber, quando você constrói, como vai chegar a carga e a descarga, como vão chegar os automóveis, onde passa o transporte público porque a cidade é uma malha mais complicada. No final das contas, nós somos os criadores do ambiente construído e temos essa responsabilidade. Não basta obedecer ao Código de Obras, temos que permitir que as pessoas trabalhem, morem e tenham lazer com acessibilidade”, observou.
Participaram também da mesa o arquiteto e urbanista da Firjan, Gustavo Guimarães; integrante da comissão, Teresa Balbino; a servidora do CAU/RJ, Elaine Rossi; além de Carlos Leitão e da arquiteta e urbanista Raíssa Araújo, integrantes convidados da comissão.
A parte da tarde foi dedicada ao minicurso sobre contratos para arquitetos, realizado pelo advogado e servidor do Conselho, João Balsini, na Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Já na Praça da Liberdade, foi a vez e debater Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis). Participaram da roda de conversa, Leslie Loreto, da Comissão de Athis do CAU/RJ; o professor da UERJ, Wilder Ferer, da Rede Habitat; o professor Paulo Igreja do Rizoma, escritório-modelo da Estácio e, representando a Secretaria de Habitação, Assistência Social e Regularização Fundiária de Petrópolis, Joceli Camarota e Pedro Alcântara. A mesa foi mediada pela conselheira do CAU/RJ Sofia Éder.
“Se a gente buscar as estatísticas, a catástrofe que houve em fevereiro e março – uma chuva que cause todo esse transtorno, com dezenas, centenas de mortes – não é tão rara. A cada 10 anos aproximadamente a gente enfrenta um problema semelhante. É fundamental que a sociedade compreenda que tipos de intervenções são necessárias para trazer não só conforto e a utilização ideal da edificação, mas também a segurança da residência e do entorno”, afirmou Alcântara.
Patrimônio e riscos foi o tema da última mesa do dia. “Falar sobre patrimônio e risco em Petrópolis é bastante complexo. Uma cidade que tem um centro histórico preservado, referência para todos nós e que acabou de sair de uma grande tragédia e que a gente sabe que não será a última. Neste sentido, temos que modificar nosso olhar e pensar como podemos ser agentes transformadores das cidades”, disse a vice-presidente do CAU/RJ, Noemia Barradas. Participaram da oficina os arquitetos e urbanistas Maximine Sotelinho, Érika Machado, da UCP e Claudia Baima, da UERJ. A noite encerrou com a apresentação musical de Pedro Ribeiro e Regis Alves.