O 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO) inaugurou no domingo (18) um conjunto de exposições e atividades culturais inéditas na sede do departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/RJ (Beco do Pinheiro, 10 – Flamengo), espaço que está reabrindo também em celebração ao centenário do IAB. Os eventos são os únicos presenciais do UIA2021RIO, devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Até o próximo dia 22, o público pode visitar o local das 9h às 21h. A entrada é gratuita e há controle de acesso, seguindo todos os protocolos de distanciamento social.
A cerimônia de abertura no IAB/RJ foi marcada pela comemoração dos 30 anos do Conselho
Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP) e contou com a presença do Presidente do Comitê Executivo do UIA2021RIO, Sérgio Magalhães; da Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), Nadia Somekh; da Co-Presidente do IAB/RJ, Lígia Tammela; e do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos.
Pela transmissão ao vivo, estavam presentes o Presidente do CIALP, Rui Leão; o Co-Presidente do IAB/RJ e Comissário Geral do UIA2021RIO, Igor de Vetyemy; a Presidente do IAB, Maria Elisa Baptista; e o arquiteto português Jorge Figueira. O UIA2021RIO conta com o apoio CAU/BR e da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA).
Durante os próximos dias, o evento de destaque na sede do IAB/RJ é a exibição “Arquiteturas em Português – Diálogos Emergentes”, filme-exposição apresentado pelo CIALP, com curadoria de Ana Vaz Milheiro, Inês Lima Rodrigues e Jorge Figueira, e coordenação de Rui Leão. O filme-exposição conta com 11 trabalhos de ateliers de oito territórios: Brasil, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
– O trabalho mostra uma questão que nem sempre é muito debatida: a relação estreita entre a
arquitetura vernacular, principalmente em Portugal, e a arquitetura dita erudita. Penso que Portugal nos dá um exemplo magnífico dessa compreensão de que arquitetura e urbanismo é uma cultura de toda a sociedade. Isso fica evidente na manifestação arquitetônica portuguesa, seja nas expressões populares, seja nas expressões dos mais altos arquitetos reconhecidos no mundo todo – ressaltou Sérgio Magalhães antes da primeira exibição do filme.
A proposta da exibição “Arquiteturas em Português – Diálogos Emergentes” se associa ao tema do
UIA2021RIO, “Todos os Mundos. Um só Mundo. Arquitetura 21”. O Presidente do CIALP, Rui Leão, ressaltou o caráter único do evento:
– Aprendemos muito na preparação deste congresso. Aprendemos, principalmente, como
ultrapassar as fronteiras do espaço e do tempo, e construir um evento verdadeiramente plural.
O arquiteto Jorge Figueira ressaltou a importância desse filme-exposição por promover reflexões
acerca da funcionalidade e da estrutura das habitações perante os desafios impostos pela pandemia:
– Vivemos tempos difíceis, mas acho que arquitetos e a arquitetura têm em sua genética a
responsabilidade de avançar, projetar e transformar. O filme mostra isso com serenidade e com
modéstia. Todos sabemos que os arquitetos trabalham desde sempre na habitação, na casa como
lugar matriz. O filme mostra essa preocupação ancestral para a realidade em tempo real, e permite
ver as semelhanças, as diferenças, as nuances desses arquitetos que trabalham nessa geografia
extraordinária do CIALP.
DEMAIS EVENTOS NO IAB/RJ
Junto à exibição “Arquiteturas em Português – Diálogos Emergentes”, os monitores expõem
“Corpos no Mundo”, que conta com pílulas audiovisuais com artistas das periferias e favelas do Rio de Janeiro, com o objetivo de apresentar suas pesquisas artísticas, reflexões, deslocamentos,
tensionamentos, e de mostrar a cidade do Rio através dos seus moradores. A curadoria é da
arquiteta Lígia Tammela e da produtora cultural da Maré Pamela Carvalho.
O objetivo de colocar as intervenções visuais lado a lado, em várias telas, é reconhecer que países
que falam a língua portuguesa compartilham uma história de colonização e enfrentam os mesmos
desafios sociais, econômicos e políticos, para proporcionar ao público a oportunidade de encontrar
novas soluções que sirvam tanto ao Brasil quanto aos demais países. Isso proporciona uma nova
experiência de reflexão a partir do mosaico cultural do Rio e da arquitetura lusófona.
– O mote do Congresso Mundial de Arquitetos, “Todos os Mundos. Um só Mundo”, é muito
apropriado. O mundo numa língua, uma língua pró mundo. É muito bom celebrar a diversidade na
mesma língua, de arquitetos mais jovens com projetos muito interessantes – disse o embaixador de
Portugual, Luís Faro Ramos.
Além destas exposições, também acontece na sede do IAB/RJ:
● Conteúdo audiovisual do UIA2021RIO e exibição de arquiteturas de todos os mundos dentro
do auditório;
● Exposição de trabalhos selecionados do 7º Fórum Internacional sobre o Patrimônio
Arquitetônico FIPA;
● Seleção de projetos contemporâneos chineses;
● Seleção de projetos brasileiros e internacionais que dialogam com os 17 objetivos do
desenvolvimento sustentável da ONU;
● Mapa mundi no centro do salão com diferentes fusos-horários, representando a proposta do
UIA2021RIO de unir pessoas que estão ao redor do globo, através do congresso virtual;
● Tecidos acrobáticos pendurados no teto, que incentivam experiências sensoriais entre os
visitantes, representando o encontro de instituições de arquitetura nos quais se vão lançando
fios e tecendo redes;
● Estande do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), com telão de Led
gigante.