Paulo Mendes da Rocha, que nos deixou no último domingo, 23 de maio, para sempre será lembrado por suas obras icônicas e pela importante contribuição na cultura arquitetônica nacional. A memória do arquiteto e urbanista permanecerá viva também na Cidade Maravilha. A Prefeitura do Rio denominou trecho do Parque do Flamengo, entre a Marina da Glória e a Baía de Guanabara, como Esplanada Paulo Mendes da Rocha. A medida foi publicada no Diário Oficial do Município de hoje, 27 de maio.
A homenagem considera a importância do arquiteto para a arquitetura e o urbanismo tanto no Brasil como no mundo. E a escolha do local leva em consideração o pensamento do urbanista, para quem “a geografia era a primeira e primordial arquitetura”. A Esplanada, com 32.067 m2, está sob projeção de terra que avançar para o mar, dentro do parque. (ver imagem ao lado)
O presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti, parabenizou a prefeitura pela iniciativa. Para o arquiteto e urbanista, o nome do Paulo Mendes da Rocha está muito bem acompanhado, próximo ao Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, de autoria de Marcos Konder Netto, e do Museu de Arte Moderna (MAN), de Affonso Eduardo Reidy. Obras de bom gosto, que representam a ousadia carioca.
“Entre os três (Paulo Mendes da Rocha, Marcos Konder Netto e Reidy) há um fio condutor: experimentação estrutural, novas técnicas levadas ao seu limite, concisão formal e enorme expressividade, que mostram enorme riqueza simbólica e espacial com pouquíssimos elementos formais”, afirmou Pablo Benetti. O presidente do CAU/RJ ainda definiu a obra de Paulo Mendes da Rocha como ousada e sem concessões. “Somente alguém com enorme conhecimento da técnica construtiva seria capaz de propôs um vão livre de 60 metros como o do Museu Brasileiro da Escultura, alarde técnico que serve para deixar uma grande praça livre na superfície e marca um sinal simples na paisagem. Os amantes da arquitetura agradecem o gesto. Seja bem-vindo, Paulo Mendes da Rocha, a este território carioca que também é seu”, completou.
Um dos maiores nomes da arquitetura e urbanismo nacional, Paulo Mendes da Rocha é autor de projetos icônicos da capital paulista, como a reforma da Pinacoteca, o do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), do Museu da Língua Portuguesa, do Sesc 24 de Maio, entre outros. A qualidade do trabalho de Paulo Mendes da Rocha é reconhecida nacional e internacionalmente. Em dois anos seguidos, recebeu o Mies van der Rohe. Em 2006, tornou-se o segundo arquiteto brasileiro a vencer o Pritzker, o Nobel da arquitetura. O arquiteto capixaba, radicado em São Paulo, coleciona ainda o Leão de Ouro de Veneza, o Prêmio Imperial do Japão e a medalha de ouro da Royal Institute of British Architects (Riba).