O CAU/RJ lamenta a morte de Paulo Mendes da Rocha, 92 anos. O arquiteto e urbanista tinha câncer de pulmão e estava internado em São Paulo. Um dos maiores nomes da arquitetura e urbanismo nacional, Paulo Mendes da Rocha é autor de projetos icônicos da capital paulista, como a reforma da Pinacoteca, o do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), do Museu da Língua Portuguesa, do Sesc 24 de Maio, entre outros.
A qualidade do trabalho de Paulo Mendes da Rocha é reconhecida nacional e internacionalmente. Em dois anos seguidos, recebeu o Mies van der Rohe. Em 2006, tornou-se o segundo arquiteto brasileiro a vencer o Pritzker, o Nobel da arquitetura. O arquiteto capixaba, radicado em São Paulo, coleciona ainda o Leão de Ouro de Veneza, o Prêmio Imperial do Japão e a medalha de ouro da Royal Institute of British Architects (Riba).
Paulo Medes da Rocha foi também professor. Em 1961, a convite de João Batista Vilanova Artigas, lecionou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Na ditadura militar, em 1969, foi cassado, junto com Artigas e outros 64 professores da USP, foi proibido de dar aulas. Voltou à academia em 1980, com a anistia, indo até 1998, quando se aposentou.
Com a vida dedicada à arquitetura e urbanismo, Paulo Mendes da Rocha era presidente do Comitê de Honra do 27º Congresso Mundial de Arquitetos da União Internacional de Arquitetos (UIA2021RIO).
“Hoje é um dia muito triste. Perdemos Paulo Mendes da Rocha. Um colega premiado com o Colar de Ouro do IAB, pela Fundação Mies van der Rohe e ganhador do Pritzker. Alguém que tardiamente teve seu reconhecimento internacional, mas que nos encheu de orgulho pela sua simplicidade e capacidade de transmitir ideias sempre desafiadoras para a nossa profissão. Resta-nos dizer que todos sentimos muito a perda do Paulo, mas a obra dele certamente está aí para deixar um legado que as próximas gerações vão aprender com ele”, lamentou o presidente do CAU/RJ, Pablo Benetti.
Para o presidente do CAU/RJ, Paulo Mendes da Rocha tinha enorme conhecimento das questões estruturais, que eram usadas, fundamentalmente, para produzir obras fantásticas, com rara sensibilidade da inserção urbana. Ele destaca duas obras dignas de mérito: a Loja da Forma (1987) e o MuBE (1987). “A loja tem a escala da cidade, numa avenida rápida, que hoje é uma enorme vitrine e de enorme sensibilidade, flutuando afastado do chão. Já o MuBE, com um vão de 60 metros, criou uma enorme praça, devolvendo à cidade um espaço de enorme qualidade”, explicou Benetti. Ainda segundo o arquiteto e urbanista, as obras de Paulo Mendes da Rocha tinham a capacidade de surpreender e de tensionar os arquitetos e urbanistas a pensar outras possibilidades para a profissão.
VIDA E OBRA
Em 2016, aliando-se às homenagens prestadas por ocasião do recebimento do Leão de Ouro da Bienal de Veneza, o CAU Brasil lançou um hotsite especial contando a vida a obra de Paulo Mendes da Rocha. Navegue pelo hotsite para conhecer mais sobre ele e sua obra:
Home – “Intelectual inconformado, arquiteto desafiador e humanista apaixonado. Uma “lenda vida”
Biografia – O pai engenheiro e Vilanova Artigas, esteios da formação do arquiteto
Projetos – Projetos em destaque
Linha do Tempo – Vida profissional e obra completa
Prêmios – Um colecionador de prêmios –
Entrevista – Sem entre linhas (entrevista para o CAU/SP)
Vilanova Artigas – O Paulo, seu pai e o meu pai (por Rosa Artigas)
Depoimentos – Colegas falam de Paulo Mendes da Rocha
Vídeos – Documentário, palestras e entrevistas
Links – Links de matérias e artigos sobre Paulo Mendes da Rocha
Bibliografia – Livros sobre o arquiteto