Assistência técnica é uma das palavras-chave do Projeto Arquiteto de Família, da ONG Soluções Urbanas. E para levá-la a mais famílias, a organização lançou uma plataforma de financiamento coletivo na sexta-feira, 15 de julho, no Museu do Ingá, em Niterói. Criada com o objetivo de subsidiar melhorias em habitações sociais, a plataforma foi uma das contempladas na terceira edição do Programa CAU/RJ de Patrocínio Cultural.
O site apresenta campanhas para a reforma total ou gradual de moradias. Atualmente, há quatro campanhas cadastradas, que beneficiam moradores da Comunidade Vital Brazil, em Niterói, e Rio do Ouro, em São Gonçalo. No entanto, a ferramenta pode ser utilizada para viabilizar melhorias habitacionais em qualquer parte do país, desde que o projeto seja acompanhado por um profissional habilitado.
“A assistência técnica, garantida à sociedade pela Lei Federal n° 11.888/2008, é uma forma de os arquitetos e urbanistas aplicarem o conhecimento adquirido para ajudar a população a aproveitar o espaço construído da melhor forma e evitar desperdício de materiais”, ressaltou o presidente do CAU/RJ, Jerônimo de Moraes, durante o lançamento. “Acredito que a plataforma seja importante para resolver um dos gargalos do projeto Arquiteto de Família, que era o financiamento”, acrescentou.
O financiamento coletivo se somará às demais estratégias adotadas pelo Soluções Urbanas para possibilitar que as famílias tenham acesso aos recursos, como microcrédito e a Feira de Trocas, em que produtos recicláveis podem ser trocados por materiais de construção doados por empresas. “Acreditamos que o papel do arquiteto e urbanista no projeto é identificar problemas nas moradias e usar seus conhecimentos sobre solos, sobre ventilação e insolação, por exemplo, para orientar e auxiliar a população. Mas a assistência técnica é apenas uma parte da solução para a melhoria habitacional. Também é preciso qualificar a mão de obra e garantir a viabilidade econômica dos projetos”, explicou a presidente da ONG, Mariana Estevão.
“Infelizmente, as políticas públicas em vigor estão voltadas para a redução quantitativa do déficit habitacional. Mas é preciso aumentar a qualidade”, disse. Mariana Estevão lembrou que as moradias autoconstruídas em favelas possuem precariedades que comprometem a saúde e a segurança das famílias. O arquiteto e urbanista Jhonny Rocha, responsável pelo desenvolvimento da plataforma, explicou mais detalhes sobre seu funcionamento. Segundo ele, a plataforma contará com captação por projetos individuais, mas também com doações mensais, em que os apoiadores se tornam mantenedores do projeto como um todo.
Durante o lançamento, também foi apresentado um aplicativo de diagnóstico georreferencial da moradia, criado pela ONG. O programa permite a inserção de dados sociais e informações sobre as moradias em determinada comunidade, por voluntários ou pela equipe da Soluções Urbanas, e posterior mapeamento das condições de moradia no local e cruzamento de dados sobre os diferentes estados das construções. A vinculação entre o aplicativo e a plataforma está entre os próximos planos da ONG.
Acesse: http://arquitetodefamilia.org.br/