
O 4º Encontro com a Sociedade reuniu nos três primeiros dias de evento arquitetos e urbanistas, associações de moradores, integrantes do poder público e entidades representantes da sociedade civil em uma rica troca de opiniões e experiências sobre temas de interesse da população.
A abertura do ciclo de palestras e debates aconteceu no dia 3 de novembro, no auditório da Universidade Santa Úrsula, em Botafogo, com uma discussão muito atual: a superação das diversas crises brasileiras. O sociólogo e professor titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ Carlos Bernardo Vainer e a Presidente da Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio) e professora livre docente de Direito Administrativo da UERJ, Sônia Rabello de Castro, foram os palestrantes da noite.
Para a presidente da FAM-Rio, existe uma crise ligada à construção de uma cultura social que ultrapasse pequenos grupos de planejamento urbano, enquanto Carlos Vainer acredita que há uma crise das utopias. Segundo ele, a utopia que fundamenta a cidade contemporânea é da cidade-empresa, em que os centros urbanos deixaram de seguir regras e processos democráticos para serem competitivos.
Na ocasião, o presidente do CAU/RJ, Jerônimo de Moraes afirmou que o Conselho tem obrigação de trabalhar em conjunto com sociedade civil, entidades e universidades. “O CAU/RJ não será um órgão afastado de sua categoria e dos movimentos sociais. Nós, arquitetos e urbanistas, somos construtores da cidade onde todos vivem”, acrescentou.

No dia 18 de novembro, foi a vez de discutir o Plano de Desenvolvimento Urbano Metropolitano no IAB/RJ. A busca de soluções para desequilíbrios históricos entre os 21 municípios que compõem a Região Metropolitana do Rio de Janeiro em áreas como habitação, saúde e transporte e a criação de mecanismo para uma gestão metropolitana integrada provocaram discussões acaloradas que estenderam, por mais de uma hora, o horário previsto para o fim do evento.
Participaram das palestras o diretor executivo da Câmara Metropolitana, arquiteto e urbanista Vicente Loureiro, a professora do Departamento de Geografia da UFMG e ex-coordenadora Territorial do Plano Diretor e do Macrozoneamento da RMBH Heloisa Soares de Moura Costa e o representante da Casa Fluminense, José Marcelo Zacchi.
“O Plano de Desenvolvimento Metropolitano deve apontar soluções conjuntas para superar os descompassos existentes entre os municípios. Temos na Região Metropolitana o melhor e o pior IDH do estado. Também é necessário ampliar a eficiência dos serviços públicos, promover equidade territorial e social, dividir oportunidades de empregos e dividir o peso dos transportes”, declarou Loureiro.
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Já no dia 24/11, os debates giraram em torno das diferentes possibilidades de oferecer assistência técnica em arquitetura e urbanismo, as formas de democratizar o acesso da população a esses serviços e os desafios de ampliar a assistência técnica como uma política pública. Desta vez, o evento foi realizado em Niterói, e dividido em duas etapas: “Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo – Minha Casa Minha Vida – Entidades” e “Boas práticas em Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo”.
A coordenadora do Núcleo de Estudos e Projetos Habitacionais e Urbanos (Nephu) da UFF, a professora Regina Bienenstein, defendeu uma assessoria técnica voltada para o direito à moradia e à cidade. As representantes da Coordenadoria de Programas de Interesse Social da Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro Cristina Loureiro e Leslie Cristina de Figueiredo falaram sobre o funcionamento dos Postos de Orientação Urbanística e Social (Pousos). Também participaram do debate o presidente do IAB-RJ – Núcleo Leste Metropolitano, Daniel Mendes de Souza, e a coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Maria de Lourdes Lopes Fonseca.
Da segunda mesa participaram a presidente da ONG Soluções Urbanas, Mariana Estevão, que contou sobre sua atuação na comunidade Vital Brazil, em Niterói, e as arquitetas e urbanistas Renata Coradin e Fabricia Zulin, que apresentaram o projeto de assistência técnica desenvolvido no Loteamento de Interesse Social Canhema II em Diadema, São Paulo.
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